Nos corredores da política, no Maranhão , onde a moral e o caráter se dobram como papel fino ao sabor dos interesses, há homens que fazem do engano uma arte, da mentira uma ciência, da manipulação um ofício. Eles não governam; eles encenam. E, no palco da ambição, são atores medíocres, mas diretores geniais—porque o espetáculo não precisa ser crível, apenas convincente.
Para esses homens, o poder não é um ideal, mas uma agência. Uma estrutura meticulosamente arquitetada para fabricar versões, sufocar verdades e vender ilusões como certezas absolutas. Um jogo onde quem acredita na honestidade perde antes mesmo de começar.
E é nessa engrenagem que ele se move—um homem soberbo, que se julga superior, dono de um talento singular para se fazer de vítima enquanto esmaga adversários com mãos invisíveis. Ele sorri, acena, promete. Diz que é diferente, mas age como qualquer outro que já pisou nesse tabuleiro imundo. Um camaleão que não muda de cor por necessidade, mas por estratégia.
Não há limites. Ele se veste com a pele que for necessária: herói para os ingênuos, vítima para os incautos, salvador para os desesperados. Seu talento não é apenas mentir, mas convencer. E quando a dúvida ameaça emergir, ele ativa sua agência da farsa, povoando a opinião pública com versões distorcidas, ataques planejados e cortinas de fumaça.
O soberbo com poder não teme a verdade porque, para ele, ela é apenas um conceito flexível. Se um fato o contraria, ele o reescreve. Se uma prova o condena, ele a desacredita. Se um adversário o ameaça, ele o destrói. Com um exército de marionetes de subjugados remunerados e um arsenal de falsidades, ele constrói sua própria realidade e a impõe como única versão aceitável dos acontecimentos.
Com um aparato de comunicação servil e um exército de bajuladores, ele opera como um publicitário da ilusão, vendendo uma imagem de grandeza enquanto nos bastidores acumula escândalos, corrupção e muita sujeira, destrói adversários e perpetua seu domínio. Mas todo império da mentira tem um prazo de validade. A agência do engano pode ser eficiente, mas não é eterna.
Porque, como toda peça mal escrita, a verdade sempre encontra um jeito de escapar. E quando a cortina cair, quando as luzes se apagarem e o público enxergar o que sempre esteve ali, restará apenas o eco de um homem tolo, iludido, vil, fraco, desonesto, soberbo, com síndrome de Deus e o peso inevitável das consequências. E quando elas chegam, não há narrativa que salve, nem espetáculo que sustente o teatro de um mentiroso corrupto farsante.