Os Estados Unidos aprovaram um acordo que zera as tarifas de importação para até 80% das exportações argentinas, beneficiando cerca de 100 produtos, entre alimentos, commodities agrícolas, energia, lítio e itens industrializados. O anúncio foi feito pelo governo de Javier Milei e marca um avanço significativo nas relações comerciais entre os dois países.
O entendimento resulta de uma negociação iniciada no início do ano, em meio à nova política comercial americana, que impôs sobretaxas mínimas de 10% a produtos de diversos países, incluindo o Brasil. A Argentina, contudo, obteve tratamento preferencial, assegurando isenção tarifária para a maior parte de sua pauta exportadora.
Os dez produtos prioritários contemplados no acordo correspondem a cerca de 80% das vendas argentinas aos EUA. Entre eles, estão cortes de carne bovina, grãos, produtos agroindustriais e minerais estratégicos, como o lítio. Setores considerados sensíveis pelos norte-americanos, como aço e alumínio, continuam sujeitos à tarifa de 50%, sob alegação de segurança nacional.
Na prática, a medida representa um impulso direto à economia argentina em um momento de forte necessidade de crescimento. A eliminação de tarifas amplia a competitividade dos produtos argentinos no maior mercado consumidor do mundo, estimula o setor produtivo, atrai investimentos e pode gerar aumento na arrecadação, na geração de empregos e na entrada de divisas. O acordo também fortalece a presença argentina nas cadeias globais de valor, em especial nos setores agroindustrial, energético e tecnológico, e melhora sua imagem internacional como parceiro estratégico confiável.
Além disso, o acordo reforça a posição da Argentina no comércio internacional e pode abrir caminho para futuras negociações em torno de um tratado de livre comércio com os EUA, condicionado ao andamento das discussões no âmbito do Mercosul. A medida é vista como uma vitória diplomática e econômica do atual governo.