Decisão do Supremo pode atingir nomes influentes da política maranhense.
O STF busca esclarecer suposto esquema de propina envolvendo parlamentares e o empresário assassinado em junho no Maranhão
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo telefônico do empresário maranhense Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como Pacovan, morto a tiros em junho deste ano, em um posto de combustíveis no município de Zé Doca, no Maranhão.
A medida foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da investigação que apura um esquema de desvio de recursos públicos e cobrança de propina a partir da destinação de emendas parlamentares. O nome de Pacovan foi citado em depoimentos de investigados e testemunhas ligados ao caso.
Segundo a decisão, a quebra de sigilo abrange o número de telefone , referente aos períodos de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2019 e de 25 de novembro a 3 de dezembro de 2020. Zanin fixou prazo de cinco dias para o cumprimento da diligência, sem possibilidade de prorrogação.
As investigações apontam que Pacovan teria sido usado por parlamentares e intermediários para negociar vantagens indevidas com gestores municipais. O grupo é suspeito de cobrar propina para liberar recursos de emendas destinadas a municípios maranhenses.
O empresário Pacovan era conhecido no estado por atuar como agiota e financiador de campanhas políticas, e já havia sido alvo de outras operações da Polícia Federal por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e agiotagem.
Com a decisão de Zanin, a expectativa é que os dados telefônicos ajudem a esclarecer as conexões políticas e financeiras mantidas por Pacovan antes de sua morte e o alcance do esquema de propina investigado.