O Maranhão deu início, nesta quarta-feira (26), à 4ª Feira Nordestina da Agricultura Familiar (Fenafes) e à 3ª Feira Maranhense da Agricultura Familiar (Femaf), realizadas simultaneamente na Lagoa da Jansen, em São Luís. A abertura foi marcada pelo lançamento de um conjunto de medidas voltadas ao desenvolvimento rural, reforçando o protagonismo do estado nas agendas de produção, inovação e economia solidária.
A programação começou com uma bênção religiosa e apresentações culturais, seguida da solenidade oficial e da visita das autoridades aos estandes.
Entre as autoridades presentes, destacou-se a presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Iracema Vale, que acompanhou o lançamento das ações e reforçou o apoio do Legislativo às políticas públicas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar no estado.

O governador Carlos Brandão afirmou que o Maranhão segue liderando iniciativas que estimulam o setor. Ele citou avanços em regularização fundiária, distribuição de sementes, mecanização e expansão dos programas estaduais de compras públicas. “O orçamento do programa chegou a 10 milhões de reais para garantir que quem planta tenha segurança de venda”, disse.
Entre os anúncios, estão a criação do Selo Estadual da Agricultura Familiar Gosto do Maranhão e o lançamento de um portal que reunirá informações e produtos certificados. O governo também sancionou a lei que inclui a Femaf no calendário oficial de eventos do estado.

Outro ponto relevante foi o lançamento do edital da 1ª Jornada de Inovação da Agricultura Familiar, desenvolvido em parceria com a Uema, a Fapema e a Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF). A iniciativa busca soluções tecnológicas para desafios do setor. Também foi apresentado o novo edital do Procaf, que garante compra direta de alimentos de agricultores familiares, povos indígenas e comunidades quilombolas para abastecer redes socioassistenciais.
O secretário da SAF, Bira do Pindaré, destacou o impacto da realização conjunta da Fenafes e da Femaf e a força das comunidades rurais na produção de alimentos saudáveis. A feira reúne povos tradicionais, agricultores de várias regiões e representantes dos nove estados do Nordeste.
Expositores de outros estados ressaltaram a importância do evento para geração de renda e valorização cultural. A artesã alagoana Elisama Oliveira chamou a experiência de marcante, enquanto Arwana Pataxó, da Bahia, destacou o papel do artesanato na preservação da identidade indígena.

Investimentos nacionais
No âmbito federal, o evento anunciou medidas com impacto direto no Maranhão. O Plano Safra 2025/2026 destina R$ 89 bilhões à agricultura familiar, sendo R$ 78,2 bilhões voltados ao Pronaf, com crédito para agroecologia, irrigação sustentável, mecanização e adaptação climática.
O Maranhão também passou a integrar o programa Arroz da Gente, que vai reforçar a cadeia produtiva do arroz em 27 municípios, sob coordenação da SAF, do MDA e da Conab. Outro anúncio foi o PAS Nordeste, que ampliará a produção e o consumo de alimentos saudáveis em 120 municípios maranhenses a partir de 2025. Também foi divulgado o edital do PAA Indígena, voltado à inclusão produtiva de povos originários.
A noite contou ainda com a entrega de certificados do projeto Floresta+ Amazônia, que remunera agricultores que preservam vegetação nativa. No Maranhão, mais de R$ 500 mil já foram pagos. A certificação do Projeto Algodão Agroecológico também foi anunciada, reconhecendo comunidades que mantêm o cultivo tradicional.

Cultura, gastronomia e programação
A Fenafes integra o circuito nordestino da agricultura familiar e reúne gestores, pesquisadores, movimentos sociais e produtores dos nove estados. O público encontra estandes de cooperativas, artesanato, produtos agroecológicos, tecnologia, gastronomia e serviços.















