O Tribunal Eleitoral confirmou o cancelamento automático dos títulos dos eleitores que não participaram da revisão obrigatória, conforme determina o Código ASE 469.
A medida, prevista em norma, ganhou outro peso em Godofredo Viana, onde denúncias de manobras eleitorais já marcaram pleitos anteriores.
Quando milhares de eleitores são atingidos, o assunto deixa de ser técnico e passa a exigir respostas políticas e institucionais claras.
A revisão eleitoral foi realizada entre 2 de junho e 31 de julho de 2025, abrangendo também os municípios de Cândido Mendes e Amapá do Maranhão. Segundo o TRE-MA, o recadastramento foi motivado pela identificação de irregularidades em alistamentos e transferências eleitorais. Para validar o domicílio, foi exigida a apresentação de comprovante atualizado.
Ao final do processo, o tribunal homologou o cancelamento de 3.273 títulos em Godofredo Viana para os eleitores que não compareceram. Esse número explica parte da inquietação no município. Na eleição anterior, Júnior Matos (PL) foi derrotado por Márcio Viana (PSB) por pouco mais de 400 votos, em um total de 7.841 votos válidos. Com a revisão, o eleitorado encolheu de forma abrupta, levantando questionamentos inevitáveis.
É justamente essa falta de esclarecimentos que amplia a desconfiança. Por que o cancelamento atingiu um volume tão elevado? Os eleitores foram informados de maneira adequada? Houve fiscalização independente do processo? Qual o impacto real dessa redução nas urnas? E, principalmente, como garantir que a vontade do eleitor não foi distorcida?
Quando mais de três mil cidadãos perdem o direito de votar de uma só vez, não há espaço para silêncio institucional. A população espera dados abertos, documentos públicos e explicações responsáveis. O que está em jogo é o fundamento de qualquer eleição: A confiança no voto.















