A atual situação dos Correios não é fruto do acaso, nem de uma crise externa inesperada. É consequência direta de uma gestão federal desastrosa, que conseguiu transformar uma estatal historicamente lucrativa em uma empresa dependente de empréstimo bilionário para não colapsar.
Sob a administração do governo federal, os Correios passaram do superávit à humilhação fiscal. A empresa recebeu autorização para contrair até R$ 12 bilhões em empréstimos com garantia do Tesouro Nacional — um resgate explícito bancado pelo contribuinte para sustentar uma estatal mal administrada, ineficiente e politicamente aparelhada. Antes disso, a própria direção chegou a pleitear um financiamento ainda maior, de R$ 20 bilhões, barrado por risco fiscal excessivo.
O dado central é incontornável: uma empresa que se sustentava com receita própria hoje sobrevive à base de dívida pública. Isso não é “reestruturação”. É fracasso administrativo.
A condução dos Correios pela atual administração federal do PT revela um padrão conhecido: ausência de metas, desprezo por indicadores de desempenho, resistência a reformas e prioridade a interesses políticos. A empresa perdeu competitividade, não acompanhou a modernização do setor logístico, foi engolida pela concorrência privada e viu sua eficiência operacional despencar.
O empréstimo bilionário não resolve nada. Serve apenas para adiar o colapso, manter a máquina funcionando e empurrar a conta para frente. Não há plano consistente de recuperação, não há cronograma crível de retorno à lucratividade, não há cobrança pública por resultados. O governo prefere negar a realidade a admitir que falhou.
Enquanto isso, o serviço piora. Entregas atrasam, greves se repetem, a imagem institucional se desgasta e a população perde confiança. O comércio eletrônico sente o impacto. O cidadão paga mais por menos. O trabalhador é exposto a um ambiente instável, usado como amortecedor social de uma gestão incompetente.
O discurso oficial tenta se escorar na chamada “função social”. Mas função social sem eficiência é desculpa. Não existe função pública que justifique prejuízo permanente, dependência de empréstimo e transferência contínua de custos para o contribuinte.
Os Correios não quebraram sozinhos. Foram conduzidos ao fundo do poço por uma administração federal incapaz de preservar uma estatal que funcionava, corrigir distorções e agir com responsabilidade fiscal e gerencial. O empréstimo de R$ 12 bilhões é o atestado final de uma falência administrativa anunciada.
O que era um ativo estratégico nacional virou um problema fiscal. E o governo, em vez de assumir o erro, escolheu escrever mais um capítulo de improviso, dívida e irresponsabilidade.


















