NOVA DÉLHI / WASHINGTON – Em uma movimentação estratégica que visa proteger sua competitividade no comércio exterior, a Índia tem conduzido conversas intensas com o governo dos Estados Unidos para firmar um acordo tarifário provisório que limite as tarifas aplicadas aos seus produtos a menos de 20%. As informações são de fontes com conhecimento direto das tratativas, ouvidas pela agência Bloomberg.
Diferentemente do que ocorreu com outros países asiáticos, que receberam notificações formais da imposição de tarifas por meio de correspondências diretas, a expectativa do governo indiano é de que a medida seja comunicada por meio de uma declaração conjunta entre os dois países. O formato, mais diplomático, indicaria um acerto mútuo — mesmo que de natureza provisória — e abriria espaço para negociações mais amplas no futuro.
A iniciativa da Índia visa preservar o fluxo comercial bilateral em meio às incertezas provocadas pela política tarifária dos EUA, especialmente no atual contexto de tensões geopolíticas e redesenho de cadeias produtivas globais. Segundo as fontes, a proposta indiana busca manter o diálogo em um nível técnico, evitando o desgaste político associado a medidas unilaterais.
Apesar de ainda não haver confirmação oficial por parte de Washington, analistas avaliam que um aceno positivo por parte da administração americana, mesmo em caráter preliminar, representaria um sinal de contenção diante do crescente protecionismo observado em outros casos recentes, como com China e Vietnã.
A Índia, uma das principais economias emergentes do mundo, tem buscado reposicionar sua política comercial, mirando novos acordos bilaterais e reforçando seu protagonismo no cenário internacional. Um entendimento com os EUA — ainda que limitado — pode ser o ponto de partida para uma maior integração econômica entre as duas potências.
O momento é considerado decisivo. A aproximação entre as duas nações pode redefinir os termos do comércio indo-americano nos próximos anos, num cenário de fragmentação de blocos tradicionais e surgimento de novas alianças estratégicas.