O recém-eleito vereador de São Luís, Douglas Pinto (PSD), protagonizou um tropeço político que contradiz sua trajetória como jornalista. Ao criticar o projeto do ICMS aprovado na Assembleia Legislativa do Maranhão, Douglas recebeu uma resposta técnica da Secretaria de Monitoramento das Ações Governamentais (Semag) que desmentiu seus argumentos. Em vez de debater o conteúdo, optou por atacar a imprensa, alegando que blogs estariam sendo pagos para “persegui-lo”.
A postura de Douglas Pinto é decepcionante, especialmente por se tratar de um profissional da imprensa. Como jornalista, esperava-se que ele valorizasse o papel da mídia na fiscalização do poder e na pluralidade do debate público. No entanto, ao insinuar que os veículos de comunicação estão envolvidos em campanhas contra ele, Douglas desrespeita a classe que ele mesmo representa.
O discurso de vitimização não é novidade na política. A estratégia de culpar a imprensa por críticas desfavoráveis é antiga e desgastada. Quando confrontado, Douglas recorreu ao clichê de que está sendo atacado por não aceitarem sua vitória, um expediente típico de quem não sabe lidar com divergências.
Essa atitude expõe o descompasso entre o que Douglas promete e o que pratica. A suposta “nova política” que ele afirma defender soa como um eco da velha política, marcada por acusações infundadas e incapacidade de conviver com o contraditório.
Se Douglas Pinto pretende ser levado a sério em seu mandato, precisará abandonar a retórica simplista e compreender que o debate público exige maturidade. Atacar a imprensa é um péssimo começo, sobretudo para quem deveria ser um defensor da liberdade de expressão. Afinal, a política – como o jornalismo – exige preparo, responsabilidade e respeito às críticas, virtudes que, até agora, ele não demonstrou.