O rompimento político entre duas das principais lideranças do Maranhão – Flávio Dino e Carlos Brandão (PSB) – já não é segredo de bastidores. Agora, trata-se de uma ruptura escancarada para quem quiser ver.
Segundo fontes próximas ao governador Carlos Brandão, a exclusão da lista de convidados para a cerimônia de renovação de votos de casamento do ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, foi percebida como um golpe de porta na cara.
Flávio Dino, conhecido por sua trajetória como ex-governador e agora ministro, optou por celebrar os 14 anos de sua união em um evento que reunirá em dão Luís dia(30) os grandes nomes da política nacional. Contudo, a ausência do atual governador do Maranhão, Carlos Brandão, entre os convidados deixa claro que Dino e seu grupo político já não consideram Brandão parte de sua mesa – ou, ao menos, de sua festa.
De aliados a estranhos
A relação entre Dino e Brandão nunca foi marcada por afinidade ideológica. Brandão, com raízes conservadoras e alianças estratégicas, ocupou a vice-governadoria em dois mandatos consecutivos ao lado de Dino. Essa parceria política, construída sobre conveniências eleitorais, garantiu a manutenção do grupo no poder por anos, mas nunca esteve imune a rachaduras.
Desde que Brandão assumiu o governo do estado, a tensão política entre os dois só aumentou. O governador foi acusado de tentar “desdinizir” o Maranhão, distanciando-se de antigas políticas e práticas associadas à gestão de Flávio Dino. Por outro lado, Dino e seus aliados acusam Brandão de ingratidão e de “usar a máquina e o grupo político para garantir a própria sobrevivência”.
Mágoas antigas, ruptura atual
O distanciamento entre os dois líderes não é recente, mas agora parece ter atingido um ponto sem retorno. Fontes afirmam que mágoas acumuladas ao longo dos anos vêm à tona tanto em declarações públicas quanto em articulações de bastidores. O não convite ao evento soa mais como uma mensagem política do que uma simples escolha pessoal.
O Maranhão diante de um racha político
Com a ruptura definitiva, o estado encontra-se dividido entre o “dinismo”, que ainda exerce influência em setores progressistas e na máquina pública, e o “brandonismo”, que tenta consolidar uma nova base de poder com apoio de setores conservadores e empresariais.
O que antes parecia um casamento de conveniência política agora terminou em um divórcio litigioso, com ambos os lados competindo pelo controle da narrativa.
Flávio Dino segue como uma figura de destaque nacional, mas deixa claro que Carlos Brandão já não faz parte de sua órbita política. Brandão, por sua vez, busca firmar seu nome na história política do Maranhão, mesmo que para isso precise cortar os últimos laços com quem o conduziu ao poder.
O silêncio mútuo entre os dois líderes se tornou a mais eloquente declaração de guerra. O Maranhão segue atento.
A notícia foi revelada por Capelli no site Metrópolis