O secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, tem seguido uma cartilha política clássica, porém eficaz: não falar em eleições, mas manter-se em cena. Sua recusa em antecipar o debate sobre 2026, embora aparente ser mera obediência ao protocolo institucional, revela-se uma estratégia de preservação e construção gradual de capital político.
Essa linha ficou ainda mais evidente durante a entrevista concedida nesta quinta-feira (19) ao Bom Dia Mirante, apresentado pela jornalista Carla Lima. Questionado sobre os apoios que vem recebendo para uma possível candidatura ao Governo do Estado, o secretário reafirmou seu posicionamento:
“A determinação que tivemos é de falar em política eleitoral só em 2026. Estou focado em trabalhar, mas é óbvio que fico feliz pelo evento privado realizado pela presidente Iracema (ALEMA) e seu grupo político. Ela tem a preferência dela e fico muito feliz por ser eu. Isso é o reconhecimento do trabalho que o governador está fazendo, que eu estou fazendo, mas o foco é trabalhar para o Maranhão e os maranhenses”, declarou.
Enquanto outros nomes se desgastam com exposição precoce, Orleans opta por crescer nos bastidores: faz entregas, evita polêmicas e recebe apoios espontâneos. Sua postura não indica desinteresse, mas sim uma escolha consciente para evitar tornar-se alvo antecipado de adversários e de aliados que também desejam protagonismo.
O grupo político de Brandão é composto por lideranças com ambições e estrutura. Qualquer sinalização prematura pode gerar divisões. Ao manter o silêncio estratégico, Orleans evita tensões internas e se apresenta como um nome agregador, capaz de dialogar com todas as alas governistas.
Em política, falar antes da hora pode ser um erro estratégico. Orleans demonstra entender isso com precisão.
Seu modelo de atuação se assemelha ao de líderes formados dentro da gestão: entregam resultados, ganham visibilidade e deixam que outros apontem seu nome. Isso o posiciona como uma alternativa legítima, preparada e com potencial de unidade — sem demonstrar ansiedade pelo poder.
Com um trabalho técnico consistente e forte vínculo com o governador, Orleans desponta como nome viável para manter a coesão da base governista. Caso o grupo deseje evitar uma disputa interna em 2026, ele surge como opção de equilíbrio.
Enquanto o cenário político se redesenha, Orleans mantém o foco na gestão e na fidelidade ao governo Carlos Brandão. A combinação entre resultados, apoio crescente e discrição pode ser sua principal vantagem na corrida que, por ora, ele prefere cautela e foco no desenvolvimento do Maranhão.