presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou nesta 5ª feira (10.ago.2023) estado de emergência de 60 dias em todo o país.
A medida foi tomada por meio do decreto 841 depois do assassinato do candidato à presidência equatoriana, Fernando Villavicencio, na 4ª feira (9.ago). Lasso também estabeleceu, por meio do decreto 840, 3 dias de luto nacional pelo episódio.
Com o estado de emergência, a Polícia Nacional e as Forças Armadas passam a ser responsáveis pela manutenção da ordem pública e da segurança interna do Equador. O decreto também estabelece que a força pública tem poderes para impedir e desfazer reuniões em espaços públicos caso possíveis ameaças sejam identificadas.
ENTENDA O CASO
Fernando Villavicencio, 59 anos, foi morto a tiros na 4ª feira (9.ago), durante um ato político em Quito, capital do Equador. Ele foi baleado 3 vezes depois de sair de um comício e entrar em seu carro. Pelo menos outras 7 pessoas ficaram feridas durante o atentado.
Segundo a Procuradoria Geral do Equador, 6 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no assassinato. Outro suspeito morreu durante troca de tiros com seguranças. Nesta 5ª feira (10.ago), a facção criminosa “Los Lobos”, uma das maiores do país, reivindicou a autoria do atentado.
Em um vídeo divulgado no X, antigo Twitter, um grupo de homens encapuzados acusou Villavicencio de não cumprir promessas. Eles também ameaçaram matar Jan Topic, outro candidato à eleição.
https://twitter.com/EmergenciasEc/status/1689511156749127680/video/1
“Queríamos deixar claro para toda a nação equatoriana que toda vez que os políticos corruptos não cumprirem a promessa que estabeleceram quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, eles serão dispensados”, disse um porta-voz do grupo.
“Isso se repetirá quando os corruptos não cumprirem a palavra. Você também, Jan Topic, mantenha sua palavra. Se você não cumprir suas promessas, você será o próximo”, completou.
A votação para a escolha de um novo governo do Equador está marcada para 20 de agosto. No pleito, serão escolhidos um novo presidente, vice-presidente e 137 parlamentares.
As eleições foram convocadas depois de Guillermo Lasso assinar um decreto (íntegra, 2,5 MB, em espanhol) em 17 de maio, determinando a dissolução da Assembleia Nacional do país.
A medida impediu que os deputados equatorianos prosseguissem com o processo de impeachment, iniciado em 9 de maio contra o líder equatoriano. Ele é acusado de cometer peculato na gestão da estatal Flopec (Frota Petroleira Equatoriana) em contratos firmados entre 2018 e 2020.
Mesmo depois da morte de Fernando Villavicencio, o governo do Equador anunciou que as eleições estão mantidas.
Em pesquisas recentes, o candidato à presidência assassinado alternava entre o 4º lugar e o 5º lugar, com total de intenção de votos variando de 6,8% a 7,4%.